. Não fraquejar é combatê-los. Odiá-los significa alimentá-los. Não desistir, é maneira de cansá-los. Decepcioná-los é uma forma feri-los" . COLUNA BIBLIORAM Fundador do Biblioram e estudante de Biblioteconomia email: ramapereira1@hotmail.com home page: http://www.ramadanp.es.tl/Dessa vez vou usar o espaço dessa coluna para expor minha crítica ao excelente livro, Ex-Libris – Confissões de uma leitora comum, da escritora Anne Fadiman. A obra dispõe de mensagens de como a prática da oratória pode ser indispensável na vida das pessoas, em se tratando de união familiar e companheirismo. Certamente, todo o conteúdo é uma declaração de amor à leitura e uma recomendação para iniciantes na leitura, bibliotecários e profissionais da informação. . A obra demonstra insistentemente todo amor, de Fadiman e seu marido George, pela leitura. Uma tradição transmitida pelos pais com continuidade até seus filhos Suzannah e Henri, o caçula. A família porta uma Paixão compulsiva por diversificados gêneros de livros e tudo que contenha escrita, como catálogos e malas diretas, é registrada de forma exagerada. A obsessão literária dos conjugues chega a limites inimagináveis. Um exemplo disso, que ambos, revisores compulsivos e detalhistas, possuem duplicidades de seus livros favoritos caso um dia ocorressem uma separação entre eles. . No capítulo “Tinta Eterna” a narradora trata muito dos métodos utilizados na execução da escrita nos últimos séculos, o que traz um conteúdo histórico e uma noção de evolução assustadora, se analisado profundamente. A época em que se escrevia com as penas de corvos até os dias atuais na utilização do lápis e caneta chegando até as máquinas de datilografia e o computador. Esse último destacado como um elemento essencial para qualquer escritor. . Nos capítulos “Casando Bibliotecas” e “O império de livros do primeiro-ministro” é interessante ressaltar as maneiras e cuidados de como armazenar os livros por divisão de categorias, tópicos e nacionalidades. A posição dos exemplares nas estantes tanto de forma horizontal como vertical sem falar nas ordens de cronologia e por tamanho. . A escritora demonstra uma crítica ao machismo nos capítulos “Condição feminina” e Problema Hiser” ao dizer: “[...] minha mãe sendo mulher estava apenas no lugar errado na hora errada. [...] virtudes femininas [...] se elas fossem obrigatórias para os homens também, o mundo seria um lugar mais humano e bondoso” (FADIMAN, 2002, p.55). A impressão que as mensagens transmitem seria uma defesa ao sexo feminino e não uma demonstração de feminismo arrogante apesar de ela admitir que é atingida por duas personalidades opostas, e uma delas é a feminista. . A autora foi muito feliz em argumentar, no capítulo “Meus castelos ancestrais”, sobre a transmissão da leitura entre pais e filhos. Segundo Fadiman (2002, p.126), “Essas crianças não vêem os pais lendo, como acontecia comigo a cada dia da minha infância”. Essa frase reflete a realidade de que as pessoas adultas não possuem o gosto pela leitura justamente por não serem incentivadas pelos pais que são considerados símbolos de inspiração. Essa definição é uma situação completamente oposta em relação à frase “Quando eu era pequena ele sempre lia para mim [...] agora eu leio para ele.” (FADIMAN, 2002, p.133). A narradora sempre teve a transmissão de conhecimento de seus pais que um dia receberam influências de seus avós. Perfis ancestrais transmitidos de pais para filhos ao longo dos anos. . Em algumas páginas, são relatados acontecimentos históricos, citações a escritores famosos e obras de diversos gêneros literários que entraram para a história, diminuindo o maçante bombardeio de sua obsessão pela leitura. . No capítulo “Você está ali”, Fadiman relata um conteúdo sobre a vitória de Aníbal sobre os romanos na Segunda Guerra Púnica. . No capítulo “Nada de novo sob o sol” ela relembra a ocupação japonesa em Manila, durante a Segunda Guerra Mundial. . Mesmo com manias hilárias e obsessivas por parte dos personagens, as páginas vêm recheadas de informações importantes referentes aos cuidados direcionados aos livros. . REFERÊNCIAS: FADIMAN, Anne. Ex-Libris – Confissões de uma leitora comum. Rio de Janeiro: JZE – Jorge Zahar Editor, 2002. 126p. |
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