. Não fraquejar é combatê-los. Odiá-los significa alimentá-los. Não desistir, é maneira de cansá-los. Decepcioná-los é uma forma feri-los" . COLUNA BIBLIORAM Fundador do Biblioram e estudante de Biblioteconomia home page: http://www.ramadanp.es.tl/.
Que vergonha! Não li um livro nessas desejadas férias, somente revistas em quadrinhos do espetacular Homem-Aranha. Ainda bem que as aulas na faculdade começaram. Não via hora de dizimar a ferrugem do meu cérebro e de, novamente, tentar absorver o bendito conhecimento. Admito, tenho me apegado excessivamente no aperfeiçoamento do Blog, para otimizar, ainda mais, sua acessibilidade e compreensão. Tudo bem! Vamos ao que interessa e, hoje, falarei um pouco de nossos medos. . Com tanta pressão psicológica, sonharíamos ser um personagem de contos, e com isso, tentaríamos acabar com todos nossos monstros internos. Você já parou pra pensar em qual herói se encaixa no perfil? Qual figurante poderia amenizar nossos medos? Ontém, gostaríamos de ser fulano. Hoje, pretendíamos ser sicrano. E amanhã, provavelmente desejaremos ser outra pessoa. Tudo depende de nosso astral e dos temores que mudam repentinamente, como num piscar de olhos. . Eu bem que seria o protagonista de um dos primeiros livros que li na minha saudosa infância, o Flautista de Hamelin. Um forasteiro misterioso que curtia música como eu e não estava nem aí para moda. Não chamaremos a flauta como sua arma, e sim, o hipnotizante som que dela saía. Sua música era seu eficiente arsenal. . Já vi muita coisa durante minha existência, e olhem que nem completei 40. Mas de acordo com muita gente, penso que é difícil derrotar alguns fantasmas dessa nova geração. Apesar do medo, somos teimosos demais, mesmo quando nossas rotineiras assombrações arranjam formas telepáticas de burlar nossas defesas. . Simbolizarei nossos medos como se fossem ratos. Pois, qual humano não tem um mínimo receio desse pequeno animal? No caminho de nossa sobrevivência encontramos roedores famintos por todos os lados, motivados por nossos erros e aterrorizando, sem piedade e para chamar atenção, à todos que por perto circulam. . Os ratos são seres vivos causadores de apreensão. Muitos tem nojo dessas imundas criaturas. São detestáveis, substituíveis e, no meu conto de fadas, não atendem mais o som de uma simples e suave canção. Então, serei um herói de Hamelin modificado a minha maneira, com o ponto fraco de não conseguir guiar esses animais ao profundo lago da morte, e com isso, tentar descobrir como lidar com a hipótese de não ter uma flauta encantada nas mãos para aliviar o medo. . Coitado de nós, tão gigantes e soberanos, temendo um animal tão baixo e algo que muda os rumos de nossos planos. Resta-nos a atitude incorreta de sentenciá-los ao afogamento, em vez de aprendermos a viver com eles, como foi protagonizado no interessante filme “Distrito 9”, produzido pelo consagrado diretor Peter jackson, que conta como habitantes da África do Sul cederam, inicialmente de forma pacífica, seus espaços aos extraterrestres. . O medo de acidentes e das dores repentinas. Semanas sem dormir com receio de ser reprovado pela primeira vez. O desejado filho que não surge. As doenças incuráveis que possamos contrair. O temor de não ter inspiração para escrever. O medo dos mestres estúpidos, das pessoas, das suas atitudes, das suas despedidas, das suas mortes ....... E nos dias de hoje, com medo do ar que respiramos. . Tudo isso são monstros internos que pertubam e drenam nossas mentes durante as noites em claro ao pensarmos em esperança, que é o produto mais fácil de ser comercializado, tornando assim, o medo descoberto com o passar dos dias. . Nós criamos nossos medos e os atraímos, pois desconfiamos de quase tudo após algum tempo acreditando. Sendo assim, o medo é exatamente o que queremos temer. É o fruto marginal de nossas fantasias e inimigo condutor da insônia, impotência e fracasso. .
[...]monstros internos que drenam nossas mentes durante as noites em claro ao pensarmos em esperança, produto mais fácil de ser comercializado, tornando assim, o medo descoberto com o passar dos dias. . O que atrai um rato são os esgotos das ruas, as sujeiras nos quintais, e água não devidamente tratada. Tudo é imantado por uma atitude humana. Nossa desconfiança é a resposta da atração de nossos medos. . A principal solução é chegar em casa, esticar as pernas e relaxar sentindo ar fresco, já que nossos cantos não surtem o efeito desejado. Aprender a conviver, a entender, como em “Distrito 9”. Colocar o veneno por toda a parte, até nas covas imundas de nossa imaginação, para somente dizer a eles: “Apesar de conformados com sua temerosa presença, estamos ligados e tranquilos”. . Os ratos morrem e, infelizmente, são renováveis como nossos medos, elementos de uma crescente e interminável densidade demográfica entranhada na consciência dos seres humanos. . |
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