COLUNA BIBLIORAM: Pessoas na cabeça

. Não fraquejar é combatê-los. Odiá-los significa alimentá-los. Não desistir, é maneira de cansá-los. Decepcioná-los é uma forma feri-los" . COLUNA BIBLIORAM Por Ramadan Pereira Espindola Fundador do Biblioram e estudante de Biblioteconomia email: ramapereira1@hotmail.com home page: http://www.ramadanp.es.tl/. Queria poder falar sobre coisas incomuns. Mas tentar ser diferente em escolhas de bons temas é, para mim, algo muito complicado. Quando me desafio insistentemente em frente ao computador, geralmente não sai nada inovador e muito menos prazeroso. Apenas tento entender por que não consigo escrever. Um assunto interessante que proporciona uma baita inspiração surge, inesperadamente, quando estamos com a cabeça num confortável travesseiro, e nunca ao dedicarmos nosso glorioso tempo a essas atividades tão poderosas e apaixonantes chamadas de “criação de frases” e “troca de sinônimos”. . Num dia de sol intenso como nunca registrado nas últimas décadas, conversei com uma influente pessoa. Uma de suas simples perguntas me motivou a compor. Ela perguntou: “Por que as pessoas se afastam?”. Eu refleti: “Porque estão VIVAS? Será?”. A indagação pode ter sentido, pelo simples motivo que as MORTAS nos proporcionaram momentos marcantes, e com isso, em algum espaço dentro de nós, nos tornemos escravos dessas lembranças. . Todos já devem ter passado por uma fase de isolamento, ou melhor, que todos parecem ignorar. Algumas pessoas saem de nossas vidas, pois normalmente não a preenchemos. Mas isso é tão natural que elas nem percebem a censura que estão praticando. É nessas horas que sentimos saudade de um cachorro para alegrar e escutar nossas lamúrias. Nossa! Que saudade de um show de rock na cidade. . As pessoas evaporam como o vapor da água fervendo, e confesso, algumas vezes já ergui meus punhos para o céu em relação a isso. Outras, desconhecidas e mais tarde indesejáveis, entram por portarem somente um belo sorriso. É o que eu digo, os dentes são as portas de nossas casas. Aah! Tudo bem! Vou falar desses seres que me encorajam, pois eles são coisas da minha cabeça. . Eles gargalham quietos o tempo todo, dizem sentir saudades e andam sempre de latão para disfarçar. São carentes, sedutores e por isso, nós, frágeis mortais sentimentalistas, as aceitamos em nossa pacata comunidade em forma de coração. Esses humanos que estão em minha cabeça são infelizes, se esforçam para cumprimentar à todos, e nem sabem que são traídos embaixo dos próprios narizes. Vieram de um povoado condenado e agredido violentamente por duas históricas catástrofes ambientais. Atualmente, moram em bairros violentos, próximos das pedras, onde o mar grosso mesmo nas maiores da ressacas, nunca ultrapassou . "É nessas horas que sentimos saudade de um cachorro para alegrar e escutar nossas lamúrias. Nossa! Que saudade de um show de rock na cidade". . Que ódio silêncioso armazenamos desses mortais protegidos por fiéis e atentos guarda-costas que babam sem parar pelas esmeraldas de seus jardins carentes de flores, e que brotam em todas estações do ano. Eles vestem camisas de bolinhas, beijam sem parar sucedidos mordomos e divulgam suas invenções SOMENTE para alguns. Que nojo de suas risadas ecoando pelos corredores mais sombrios e de suas manias de enxergarem apenas os pequenos defeitos dos outros. . Que bom sabermos que agora NÃO são os únicos e preferidos, em conseqüência do excesso de cera nos ouvidos. Bendita disputa interna, agora frente a frente com esses surdos, e liderada por intrusos recém-chegados e no momento exato! . Essas pessoas que estão em minha cabeça não nos deixam CONCLUIR e tiram os copos de cerveja e os passaportes de nossas mãos trêmulas. Conseguem parar o tempo e fazem cálculos para não gastar uma doação, pois escondem nossos investimentos embaixo do colchão. . Essas pessoas que estão em minha cabeça não se misturam e rasgam os próprios ingressos. Vão à missa, pois possuem filhos, amantes e uma aparência a zelar. Mas não transformam os pregadores que tanto criticam e molestam crianças e adolescentes. Eles blefam e vendem jogos e bebidas alcoólicas em suas festas religiosas. Que desilusão temos dessas torres envidraçadas onde os sinos tocam pontualmente de forma ensurdecedora, e que destroem a beleza dos cabelos femininos deixando-os presos e oleosos. Que furor guardamos desse líder que lucra com a imagem de um herói, finge ser um avô, e que a justiça se omite a puni-lo. . São esses mascarados que criaram filhos maravilhosos em casa, e que fora dela, são apenas excelentes atores, e não pais. Essas pessoas que dão a cara uma vez no mês, já nos sangraram inúmeras vezes nos últimos anos, deixando cicatrizes imunes a methiolate. São essas pessoas em minha cabeça, que luto para esquecê-las. São essas pessoas em minha cabeça que não aceitam perdão, e tem orgulho demais para se desculpar. São essas pessoas em minha cabeça, que me faz continuar. São essas pessoas em minha cabeça que me obrigam confundi-las ..... a me renovar. Pessoas na cabeça, DIFÍCEIS de acreditar. .

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