. Não fraquejar é combatê-los. Odiá-los significa alimentá-los. Não desistir, é maneira de cansá-los. Decepcioná-los é uma forma feri-los" . COLUNA BIBLIORAM Fundador do Biblioram e estudante de Biblioteconomia home page: http://www.ramadanp.es.tl/.
Escrever para as pessoas é bom. Ler para elas é melhor ainda. Na semana passada, juntamente com três dedicados colegas de faculdade, visitamos a Ala Pediátrica de um Hospital Público da Grande Florianópolis, e colocamos em prática uma atividade de BIBLIOTERAPIA. Para quem não sabe, a Biblioterapia é uma disciplina integrante no currículo do curso de Biblioteconomia. É definida, por Bahianna (2009), como “um método auxiliar de tratamento através da leitura”. Há várias maneiras de fazer isso, entre elas, o conto de estórias e a dramatização. Então decidimos unir as duas formas realizando um conto misturado com uma espécie de peça teatral. . Nunca tive muita dificuldade em falar em público, mas representar um personagem, por mais mudo que seja, com intuito de aumentar a auto-estima de pessoas desanimadas é algo completamente assombroso e desafiador. Minha função inicial nesse trabalho acadêmico era ficar camuflado nos bastidores e complementar com outras atividades, como auxiliar as crianças nas brincadeiras, pinturas, leituras e desenhos. . Durante nosso despretensioso ensaio foi percebido, por todos os integrantes da equipe, a necessidade da inclusão de mais um personagem. Então, como meus companheiros estavam se esforçando mutuamente, eu não poderia deixar de participar. Para mim foi um grande desafio, inicialmente, desembaraçoso, porém gratificante que me acorrentou por cinco dias. . No decorrer da apresentação, diante das crianças internadas, notei a alegria das enfermeiras, a satisfação de pais e filhos ao presenciarem a modesta e despreparada dramatização. Nunca esquecerei da menina loira chorando desde as primeiras horas da manhã e clamava aos pais para ir embora daquele lugar. E a partir do momento que estivemos ali com nossas fantasias mal elaboradas e falas improvisadas, a mesma criança gracejava sem intervalos e não parava de brincar com seu giz de cera e desenho de borboleta. Isso comprova que a atividade biblioterapêutica é algo esplendoroso ao elevar o astral, até mesmo num ambiente monótono e triste, onde muitos não querem estar. Essa atividade me libertou do medo da reação das pessoas em relação as minhas caretas, e me fez compreender como é árduo o dia a dia de um profissional da saúde pública. . Atualmente, considero a Biblioterapia como um QUILOMBO acolhedor e esperançoso. Sem dúvida eu o encontrei. Contudo, não lamento mais meus pequenos problemas e até gargalho quando trafego pela congestionada estrada e observo uma luz acesa na grande Senzala branca que cresce a cada ano. . Brindemos as raras alegrias, pois nos hospitais existem seres humanos em situações piores que as nossas. Sorte daqueles que podem ler um livro. Iluminados aqueles que podem se mexer, falar, escutar e enxergar. Bendita disciplina que me fez ler para pacientes e curou meu mal-estar.
Há muito que se aprender na Biblioteconomia. Este é MAIS um grandioso ensinamento, chamado BIBLIOTERAPIA. . REFERÊNCIAS BAHIANA, Neiva Dulce Suzart Alves. A utilização da biblioterapia no ensino superior como apoio para a auto-ajuda: implementação de projeto junto aos educandos em fase de processo monográfico. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência a informação, Campinas, v. 7, n. 1, p. 65-79, jul./dez. 2009. . A foto ilustrada acima pertence ao livro: ROCHA, Ruth. Romeu e Julieta. 7. ed. São Paulo (SP): Ática, 1996. 32 p. . BIBLIORAM também está presente em: clique e veja PARCEIROS BIBLIORAM: |
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